sábado, 19 de maio de 2007

Criação do acento

Um ano e meio que fostes embora
Pedras nos olhos
Cortes nas mãos

Enquanto o peito doía
Sonhei com valvulas de escape
Que me veio numa noite sem remédios
Perder-me...

Me perdi tanto
Que nem lembrava mais teu rosto
E só de vez em quando lembrava do meu
Poesia, bebida e sonhos
Um vazio de casas pra arrumar

Outro dia a vida bateu na porta
Sem dentes, cabelo pro alto
Demonstrando irradiante felicidade
Puxei pela memória: quando que deixei ela ficar assim??
E com uma pontinha de remorso lembrei de você

Acho que vou começar pelas gavetas...

2 comentários:

caeiro disse...

é isso aí, pekita. belíssimo poema.

Ana M disse...

ótimo lugar para se começar. as gavetas. e elas guardam tanta coisa...

bisou