segunda-feira, 7 de maio de 2007

O limiar

Quando alguém lhe perguntou o que havia acontecido, simplesmente não sabia...
Seu estado de extase e despreparo, mostrava que ela tinha estado no mundo da fantasia
e quando se vai pra lá, é difícil querer voltar, e se faz inevitável chorar quando se percebe a realidade.
Os olhos ainda encharcados iam clareando o exterior aos poucos, e tudo era tão branco, tão nitido, como ela jamais tinha visto. O branco era uma cor que não gostava.
Recobrando a consciência torta, proferiu palavras que nunca iria cumprir, a fraqueza foi seu único dom...
Como que num movimento transcendente, saiu do caminho dos que queriam dançar.
E todos os presentes se lembrariam daquele dia, não pela pena que sentiram daquele olhar, mas apenas porque ver a humilhação tão de perto causou repugnância... Afinal, ela não respeitou uma das regras sociais básicas: existem lugares para tudo nessa vida, inclusive para a desolação. E aquilo era uma festa e não um velório...

Um comentário:

caeiro disse...

que lindo que ficou seu blog peka... texto bacana. já está em meus preferidos.